Teste de micronúcleo (MNT)

MNT é o acrônimo do inglês Micronucleus test. Este teste avalia a formação de micronúcleos em amostras de eritrócitos da medula óssea ou em amostras de sangue periférico de roedores, permitindo identificar possíveis danos citogenéticos, resultando na formação de micronúcleos e alterações cromossômicas.

hERG

O hERG é um gene que codifica a proteína Kv11.1, subunidade alfa de um canal de íons potássio. Esse canal iônico (às vezes simplesmente denominado ‘hERG’) medeia a corrente IKr repolarizante no potencial de ação cardíaco e sua inibição é responsável por arritmias cardíacas (torsades de pointes).

Teste de AMES

Muito econômico, é um dos testes in vitro de curta duração mais utilizados para detectar mutagenicidade. Ou seja, se uma substância pode causar mutações no DNA, pode, portanto, ser cancerígena, já que o câncer está frequentemente associado à mutação. No entanto, sabemos que pode haver falsos positivos e falsos negativos. Na prática, coloca-se a substância em placas de Petri junto com várias cepas de Salmonella typhimurium, cujo código genético foi modificado para dependerem de histidina para sobrevivência, e de preparação de fígado humano ou de rato para incorporar aspectos do metabolismo de mamíferos. Se a substância teste for capaz de alterar o DNA, a bactéria se multiplica sem a dependência de histidina e a multiplicação das colônias (mutantes) é observada num período de 48 a 72 horas.

Análise FOFA

A análise FOFA (acrônimo das palavras Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças; SWOT, em inglês) é uma ferramenta de análise bastante popular no âmbito empresarial que pode ser empregada na avaliação de qualquer projeto. Forças e oportunidades são aspectos positivos em relação aos concorrentes de origem interna ou externa do projeto, respectivamente, enquanto que fraquezas e ameaças são aspectos negativos de origem interna ou externa do projeto, respectivamente (vide Figura).

Camundongos knockdown

É um modelo animal cuja expressão de um gene específico é reduzida (redução de até 70%), contrariamente ao camundongo knockout, onde o gene é completamente silenciado. O objetivo é de induzir alterações patológicas, como câncer, para servir como modelo animal de doença no qual substâncias podem ser testadas. A técnica de RNA de interferência (siRNA) é a mais tradicional para obter um animal knockdown.

Ancoramento molecular

O ancoramento molecular (docking) é um método de modelagem molecular muito usado no planejamento racional de fármacos baseado na estrutura do receptor. Devido à sua capacidade de prever a conformação de ligação de pequenas moléculas no receptor (macromolécula), é possível estimar a afinidade relativa de ligação entre estas duas moléculas usando, por exemplo, funções de pontuação (score).

Regra dos cinco de Lipinski

A regra dos cinco de Lipinski é uma regra prática para avaliar se uma substância química com certa atividade farmacológica tem propriedades físicoquímicas que pudessem prever uma boa atividade por via oral em humanos. A regra foi formulada por Christopher A. Lipinski em 1997, com base na observação de que a maioria dos fármacos administrados por via oral são moléculas relativamente pequenas e moderadamente lipofílicas. Para ser ativa por via oral, uma substância não deveria violar mais do que um dos seguintes critérios: 

– Não mais do que 5 doadores de ligação de hidrogênio (número total de ligações nitrogênio-hidrogênio e oxigênio-hidrogênio);

– Não mais do que 10 aceptores de ligação de hidrogênio (todos os átomos de nitrogênio ou oxigênio);

– Massa molecular < 500 daltons;

– Coeficiente de partição octanol-água (log P) ≤ 5

Veber propôs outra regra ao verificar que a área da superfície polar (PSA, acrônimo do inglês Polar Surface Area) e o número de ligações rotativas tem melhor poder discriminativo para um grande conjunto de substâncias. Segundo este autor, substâncias que possuem, no máximo, 10 ligações rotativas e uma superfície polar não superior a 140 Å teriam boa biodisponibilidade oral.

Ki

O Ki é a constante de equilíbrio de dissociação do fármaco para o alvo.

No caso de receptores, o Ki é medido em experimento de binding, sendo, portanto o inverso da afinidade (quanto menor o valor de Ki, maior é a afinidade). Este valor é obtido em experimento de competição, onde a substância teste compete com uma substância de referência, marcada radioativamente, para a ocupação do receptor de interesse (https://www.sbfte.org.br/wp-content/uploads/2019/01/LIVRO_INTEIRO_SBFTE_3.pdf). 

No caso de enzimas, o Ki é medido em ensaios de cinética enzimática quando se avalia a relação entre concentração do inibidor e inibição da atividade enzimática.

Nos dois casos, o valor do parâmetro obtido experimentalmente (CI50) é corrigido pela concentração de radioligante ou de substrato usado no teste para obter a constante Ki.

Ensaio de fase 3

O ensaio clínico de fase 3 é um estudo terapêutico ampliado, envolvendo grupos grandes e variados de pacientes (1000-5000) em diferentes centros e países (estudos multicêntricos). 

O principal objetivo é de avaliar o risco-benefício (eficácia e segurança) a curto e longo prazo. O segundo objetivo é de estabelecer o valor terapêutico absoluto e relativo e de registrar tipo e perfil das reações adversas mais frequentes.

Ensaio de fase 2

O ensaio clínico de fase 2 é um estudo terapêutico piloto utilizando um pequeno grupo de pacientes (100-300), do tipo controlado e duplo-cego. Geralmente este estudo é dividido em duas etapas: a primeira (fase 2A) é uma prova de conceito, onde se comprova algum efeito terapêutico, enquanto que a segunda (fase 2B) serve para  refinar a curva dose-efeito. 

O principal objetivo é de demonstrar eficácia. O segundo objetivo é de avaliar a segurança de curto prazo, em pacientes com uma determinada enfermidade.