CYP

As enzimas citocromo P450 (CYP) formam uma superfamília de mais de 50 enzimas responsáveis pela oxidação de grande número de fármacos, os tornando geralmente mais polares, hidrossolúveis e, portanto, excretados pelos rins. 

– As três CYPs mais importantes em termos de metabolização de fármacos são as CYP3A4, CYP2D6 e CYP2C19. A variabilidade genética (polimorfismo) nessas enzimas (sobretudo CYP2D6 e CYP2C19) pode gerar diferenças de respostas entre etnias ou mesmo indivíduos de uma mesma população, sendo objeto de estudo da Farmacogenética. As CYPs podem ser inibidas ou induzidas por xenobióticos (fármacos, fitoterápicos ou mesmo alimentos), resultando em interações medicamentosas clinicamente significativas que podem causar reações adversas imprevistas ou falhas terapêuticas. Neste aspecto, a CYP3A4 é a mais crítica por ser a principal enzima metabolizadora de fármacos.

Teste de micronúcleo (MNT)

MNT é o acrônimo do inglês Micronucleus test. Este teste avalia a formação de micronúcleos em amostras de eritrócitos da medula óssea ou em amostras de sangue periférico de roedores, permitindo identificar possíveis danos citogenéticos, resultando na formação de micronúcleos e alterações cromossômicas.

hERG

O hERG é um gene que codifica a proteína Kv11.1, subunidade alfa de um canal de íons potássio. Esse canal iônico (às vezes simplesmente denominado ‘hERG’) medeia a corrente IKr repolarizante no potencial de ação cardíaco e sua inibição é responsável por arritmias cardíacas (torsades de pointes).

Teste de AMES

Muito econômico, é um dos testes in vitro de curta duração mais utilizados para detectar mutagenicidade. Ou seja, se uma substância pode causar mutações no DNA, pode, portanto, ser cancerígena, já que o câncer está frequentemente associado à mutação. No entanto, sabemos que pode haver falsos positivos e falsos negativos. Na prática, coloca-se a substância em placas de Petri junto com várias cepas de Salmonella typhimurium, cujo código genético foi modificado para dependerem de histidina para sobrevivência, e de preparação de fígado humano ou de rato para incorporar aspectos do metabolismo de mamíferos. Se a substância teste for capaz de alterar o DNA, a bactéria se multiplica sem a dependência de histidina e a multiplicação das colônias (mutantes) é observada num período de 48 a 72 horas.

Análise FOFA

A análise FOFA (acrônimo das palavras Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças; SWOT, em inglês) é uma ferramenta de análise bastante popular no âmbito empresarial que pode ser empregada na avaliação de qualquer projeto. Forças e oportunidades são aspectos positivos em relação aos concorrentes de origem interna ou externa do projeto, respectivamente, enquanto que fraquezas e ameaças são aspectos negativos de origem interna ou externa do projeto, respectivamente (vide Figura).

Camundongos knockdown

É um modelo animal cuja expressão de um gene específico é reduzida (redução de até 70%), contrariamente ao camundongo knockout, onde o gene é completamente silenciado. O objetivo é de induzir alterações patológicas, como câncer, para servir como modelo animal de doença no qual substâncias podem ser testadas. A técnica de RNA de interferência (siRNA) é a mais tradicional para obter um animal knockdown.

Ancoramento molecular

O ancoramento molecular (docking) é um método de modelagem molecular muito usado no planejamento racional de fármacos baseado na estrutura do receptor. Devido à sua capacidade de prever a conformação de ligação de pequenas moléculas no receptor (macromolécula), é possível estimar a afinidade relativa de ligação entre estas duas moléculas usando, por exemplo, funções de pontuação (score).

Regra dos cinco de Lipinski

A regra dos cinco de Lipinski é uma regra prática para avaliar se uma substância química com certa atividade farmacológica tem propriedades físicoquímicas que pudessem prever uma boa atividade por via oral em humanos. A regra foi formulada por Christopher A. Lipinski em 1997, com base na observação de que a maioria dos fármacos administrados por via oral são moléculas relativamente pequenas e moderadamente lipofílicas. Para ser ativa por via oral, uma substância não deveria violar mais do que um dos seguintes critérios: 

– Não mais do que 5 doadores de ligação de hidrogênio (número total de ligações nitrogênio-hidrogênio e oxigênio-hidrogênio);

– Não mais do que 10 aceptores de ligação de hidrogênio (todos os átomos de nitrogênio ou oxigênio);

– Massa molecular < 500 daltons;

– Coeficiente de partição octanol-água (log P) ≤ 5

Veber propôs outra regra ao verificar que a área da superfície polar (PSA, acrônimo do inglês Polar Surface Area) e o número de ligações rotativas tem melhor poder discriminativo para um grande conjunto de substâncias. Segundo este autor, substâncias que possuem, no máximo, 10 ligações rotativas e uma superfície polar não superior a 140 Å teriam boa biodisponibilidade oral.

Ki

O Ki é a constante de equilíbrio de dissociação do fármaco para o alvo.

No caso de receptores, o Ki é medido em experimento de binding, sendo, portanto o inverso da afinidade (quanto menor o valor de Ki, maior é a afinidade). Este valor é obtido em experimento de competição, onde a substância teste compete com uma substância de referência, marcada radioativamente, para a ocupação do receptor de interesse (https://www.sbfte.org.br/wp-content/uploads/2019/01/LIVRO_INTEIRO_SBFTE_3.pdf). 

No caso de enzimas, o Ki é medido em ensaios de cinética enzimática quando se avalia a relação entre concentração do inibidor e inibição da atividade enzimática.

Nos dois casos, o valor do parâmetro obtido experimentalmente (CI50) é corrigido pela concentração de radioligante ou de substrato usado no teste para obter a constante Ki.